quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nova aberração pseudopecontecostal: derramar óleo sobre a própria cabeça

Muitos pregadores, ignorando que a Bíblia é a nossa regra de fé, de prática e de viver, estão agindo por conta própria. E, quando são questionados, dizem: “Não podemos pôr Deus em uma camisa de força”. Esses “ungidos” deveriam atentar para o que está escrito em 1 Coríntios 14.37: “Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”. Afinal, se não quisermos ser guiados e controlados pela Palavra (Sl 119.105), para quê serve este livro?Neste breve artigo, quero discorrer um pouco sobre o uso indevido da unção com óleo. Há igrejas e ministérios da atualidade empregando-a de modo indiscriminado, dando de ombros” para o que as Escrituras ensinam. Escrevo este texto na esperança de poder lançar luz sobre esse assunto, desmistificando-o, a fim de ajudar quem tem desejo de agir segundo o que está escrito (1 Co 4.6).
Em primeiro lugar, de acordo com a Palavra de Deus, a unção com óleo, para nós, que somos a Igreja neotestamentária, aplica-se somente aos enfermos. E apenas os ministros estão autorizados a ungir (os enfermos, repito). 
Em Marcos 6.13 vemos que somente os apóstolos do Senhor ungiam. Tiago, por conseguinte, ao mencionar presbíteros (5.14,15), referiu-se aos ministros chamados por Deus, vedando essa prática aos membros. 
Certos pregadores, que não querem obedecer aos mandamentos de Deus, têm afirmado que os crentes devem ungir casas, carros, etc. Alguns “ungidos” ungem até cidades! Um deles contou, recentemente, que, ao chegar a uma cidade, Deus lhe revelou uma nova estratégia de evangelização — percorrer a cidade inteira de carro, derramando azeite por onde passasse. Haja azeite! Se essa é a solução, como ungir uma cidade grande como o Rio de Janeiro?! E se alguém resolver ungir todo o Brasil?!
Há alguns anos, seguidores de um grupo “evangélico” resolveram, num “ato profético”, escalar e ungir o Dedo de Deus, na região serrana do Rio de Janeiro. Segundo eles, esse pico é um chamariz da presença de Deus. Além disso, bem próximo dele há outro que, de tão parecido, chega a se confundir com ele — a Agulha do Diabo, que também deveria ser ungido. Com isso, declararam “profeticamente” que o Estado pertence ao Senhor e que toda ação diabólica foi quebrada!
Os exageros são tantos que tenho ouvido falar até de pastores que enterram latas de óleo ou garrafas de azeite em montes, onde eles permanecem orando por algum tempo. Depois disso, desenterram o produto e o empregam para “curar” enfermos em suas campanhas de milagres, bem como ungem casas, carros, carteiras de trabalho, etc.
Como se não bastasse tudo o que já mencionei, ultimamente certos “ungidos” resolveram derramar uma grande quantidade de óleo sobre a própria cabeça... Qual dos apóstolos do Senhor Jesus fez isso, ao andar na terra? Paulo, que disse “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (1 Co 11.1), derramou óleo sobre a cabeça para dizer que é verdadeiramente ungido?
Nos tempos da Antiga Aliança, reis, profetas, sacerdotes e coisas (colunas, objetos, etc.) eram ungidos (Gn 31.13; Êx 30.26-30; 40.15; 1 Sm 10.1; 1 Rs 19.16; Sl 133). A unção simbolizava consagração de pessoas ou coisas ao Senhor. Mas, no Novo Testamento, Jesus afirmou, após ter lido um trecho de Isaías (61.1-2), que a profecia quanto à unção do Espírito sobre a sua vida tinha se cumprido (Lc 4.18-21). Deus o ungira, no plano espiritual, e isso em si já era o bastante para o cumprimento de sua missão na Terra (At 10.38).
Quanta invencionice, nesses últimos dias! Onde vamos parar? Mas quem tem a unção do Santo (1 Jo 2.20) não se deixa enganar. Que o Senhor nos ajude a aprender, a cada dia, que o Evangelho nada tem a ver com o misticismo. O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê!