domingo, 24 de julho de 2011

Quem derrubou o World Trade Center?

Na manhã de 11 de setembro de 2001, dezenove terroristas embarcaram em quatro voos domésticos na costa leste dos Estados Unidos para promoverem atentados contra edificações em Washington e Nova York. No início de cada voo, aqueles jovens muçulmanos, que estavam quase todos na primeira classe ou na executiva, deixaram seus assentos e rapidamente começaram a executar o que haviam planejado nos mínimos detalhes.
 Dois aviões atingiram o World Trade Center. A terceira aeronave foi lançada contra o Pentágono, em Washington. E a quarta não atingiu o alvo, que seria a Casa Branca ou o Capitólio. Um grupo de corajosos passageiros invadiu a cabine do piloto e dominou os sequestradores. O avião acabou se desgovernando e caiu num campo desabitado, na Pensilvânia.As informações acima são oficiais. Mesmo assim, há um grupo de especuladores inconformados, adeptos da escatologia do terror, que insistem em afirmar que foi o governo norte-americano que implodiu as Torres Gêmeas. Para quê? Para matar milhares de pessoas de uma só vez, atendendo aos “senhores do mundo”, que desejam diminuir a população mundial. Além disso, os Estados Unidos promoveram a catástrofe porque queriam iniciar uma rentável guerra contra os terroristas muçulmanos…São, no mínimo, risíveis algumas argumentações que tenho ouvido a respeito da queda das Torres Gêmeas e fico espantado quando vejo pessoas esclarecidas acreditando nelas. Admirei-me da argumentação contida em uma reportagem, produzida por norte-americanos e propagada no Brasil através de DVDs e vídeos sensacionalistas hospedados no YouTube. Segundo a matéria, a prova de que o governo norte-americano — o “grande satã” — derrubou as torres baseia-se no fato de que vários edifícios altos já haviam pegado fogo antes e não caíram. Por que as maciças estruturas do World Trade Center desabaram tão facilmente, com o “simples” impacto de aviões cheios de combustível?A reportagem sensacionalista não leva em conta que os dezenove terroristas estavam preparados e minuciosamente informados a respeito da estrutura daqueles edifícios; eles sabiam exatamente como derrubá-los. Por isso, os aviões atingiram pontos específicos, fazendo com que a parte superior deles descesse sobre a inferior. Esta não suportou o peso (mais de cem mil toneladas) e implodiu.Consultei um especialista no assunto, o meu amigo Nilton Didini Coelho, engenheiro civil de São Paulo. Ele me informou que aqueles edifícios foram projetados para suportarem esforços físicos naturais: força do vento, chuvas, pequenos sismos, etc. Eles não estavam preparados para resistir a abalos mecânicos imprevisíveis. Os engenheiros do World Trade Center não tinham como prever que grandes aviões, cheios de combustível, poderiam se chocar com os edifícios exatamente naqueles andares.Perguntei ao engenheiro Didini: Será que o “simples” impacto de uma aeronave, em um dos andares, seria suficiente para derrubar toda aquela estrutura? E ele me respondeu que as colunas foram “empilhadas” de acordo como uma excentricidade que lhes dava estabilidade em conjunto com os ligamentos de cada pavimento. Ao serem atingidos, os pilares que se deslocaram do seu eixo fizeram com que os de cima viessem abaixo em pouco tempo.Os teólogos do terror apreciam muito as teorias de conspirações norte-americanas. Eles gostam de contrariar as versões oficiais, a fim de convencer a todos de que os Estados Unidos estão a serviço da Illuminati. Quando olhamos para a Bíblia, vemos que não cabe ao cristão esse tipo de julgamento calunioso. Lembra-se da pergunta que fizeram a Jesus acerca da queda de uma torre em Siloé, a qual vitimou dezoito vidas? Qual foi a sua resposta? Ele não declarou quem era o culpado daquela tragédia, mas usou-a para advertir as pessoas de que elas precisavam se arrepender e buscar a Deus (Lc 13.2-5).Não cabe a nós acusar os Estados Unidos de ter causado a implosão das Torres Gêmeas — primeiro, porque já está mais do que comprovado que elas caíram em decorrência dos aludidos atentados terroristas —, nem especular sobre pretensas interpretações proféticas que rodeiam a tal catástrofe. A nossa prioridade é pregar o Evangelho em todo o mundo (At 1.7,8), e não apontar os pecados da “grande nação pecadora”, acusando-a de ser títere ou subserviente de sociedades secretas.A escatologia aterrorizante é antissemita e antiestadunidense. Os teólogos do terror gostam de apontar os pecados israelenses e norte-americanos. Mas, o que está escrito em 1 Coríntios 5.12,13? “Porque tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora”. No tempo da lei mosaica, os profetas denunciavam os pecados de Israel e das nações vizinhas. Hoje, esse tipo de julgamento pertence ao Senhor, pois estamos no tempo da graça. Cabe a nós o julgamento dos nossos próprios pecados, o qual deve sempre começar “pela casa de Deus” (1 Pe 4.17; 1 Co 11.31,32).Por que essa ânsia de provar a todos que os Estados Unidos são os causadores da catástrofe no World Trade Center? Uns dizem que a Illuminati e o Anticristo estão por trás de tudo; outros, que Deus castigou a “grande nação pecadora”; e outros, que Ele permitiu que aqueles ataques terroristas acontecessem para gerar um grande despertamento. Eu prefiro a terceira opção. Aquelas tragédias, sem dúvidas, tocaram a alma de muitos estadunidenses, especialmente os nova-iorquinos. A cidade famosa pela sua aparente frieza foi atingida em cheio, e uma profunda ferida foi aberta no coração coletivo. Muitas pessoas devem ter ponderado que podiam estar no lugar daquelas que saboreavam um delicioso Starbucks Coffee em um dos andares de uma das torres…Jim Cymbala, pastor do Brooklyn Tabernacle, em Nova York, ao se referir aos dias que seguiram os atentados, afirmou: “A igreja estava repleta de gente, e, mesmo assim, o porteiro me disse que havia filas de pessoas que saíam da igreja. [...] Mais de seiscentas pessoas naquele domingo aceitaram o convite de entregar a vida ao Senhor em um ato de pura fé. [...] Ironicamente, o mal que o ódio cego e a violência suicida dos terroristas causou, Deus pode converter em bem e realizar uma grande colheita espiritual de almas. [...] não é hora de condenar e culpar. É hora de ter compaixão e, confiantes, renovar o testemunho em Jesus Cristo. Não é momento para ter medo ou fugir para algum lugar remoto e escondido” (A Graça de Deus no 11 de Setembro, Editora Vida, pp.17-25).Não é tempo de aterrorizar o povo de Deus com especulações infundadas e inúteis. É momento de vigiar, orar e evangelizar o mundo (Mt 24.42-44; Mc 16.15).

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